sábado, 26 de fevereiro de 2011

Comendo em Roma

Quando as pessoas falam que vão pra Itália, vem logo a cabeça aquela overdose de massa e vinho... Mas a verdade é que se você for avaliar a cozinhar local e os verdadeiros pratos típicos, a comida italiana se torna até meio, ahn, difícil.

Eu quero dar pitacos na viagem da minha amiga Raquel pra Itália, então vou falar dos restaurantes de Roma, mas não sem antes falar da parte, ahn, difícil...

Bom, o nome de um dos pratos mais típicos de Roma é a Trippa alla romana... E quando eu escrevo trippa eu quero dizer tripa. Mesmo. O mesmo é válido pra Coda de mucca (sim, rabo de vaca).
Mas eles também tem como um dos pratos mais tradicionais o Spaghetti alla carbonara (ufa!), Bucatini all'amatriciana, e a Saltimbocca alla romana (filés de vitela fininhos com presunto cru e sálvia, cozidos na manteiga e vinho branco... yam!!!)





Carbonara








Não se deixe enganar pelo visual. É a tal Trippa






Saltimbocca romana



O que aprendemos com esses pratos aí em cima? Que eles são que nem feijoada no Brasil: origens pobres. Os caras não podiam usar as partes nobres das vacas (ou dos bois) e era mais fácil roubar um bezerro que um bicho adulto (daí a origem dos pratos com a tão-agora-chique vitela).

Moral da história: nem todo restaurante em Roma vai agradar o paladar. Especialmente um paladar desprovido de capacidade gustativa pra carne de cavalo (sim, eles servem carne de cavalo).

Logo, a minha lista de favoritos, é baseada em pratos menos complexos ou simplesmente SAFE. Não significa que rabo de vaca seja ruim, mas eu não vejo apelo nenhum. E só porque é típico eu não vou enfiar goela abaixo (eu nunca na vida experimentei rabada ou mocotó ou buchada de bode...)

Para almoço:

As áreas turísticas em Roma são tomadas de restaurantes que fazem uns "combos" que incluem o primeiro prato (pasta) + segundo prato (proteína) + contorno ou insalata (batatinha, salada) + vinho + sobremesa. O preço varia de acordo com o tamanho do seu combo... Eu não recomendo muito, mas na falta de opção dê uma olhada se as pessoas que trabalham lá são mesmo italianas... se forem, até dá pra arriscar. Isso pode acontecer especialmente na área do Vaticano (você fica 5 milhões de horas na fila pra entrar, uma vez dentro, são muitas outras horas pra sair... quando sai, a fome é negra!). Mas o seguro mesmo é entrar numa pizzaria ao taglio e pedir uma pizza (mostre com a mão o tamanho do quadradinho que vc quer, provavelmente a pessoa vai cortar, depois cortar a metade e fazer um sanduba. Minha sugestão? Peça vários pequenos, de vários sabores. minha preferida? Aaaahn... TODAS!)





Pizza al taglio

Se der pra segurar a fome, caminhe em direção ao Castelo de São Angelo, e atravesse a ponte em direção a um bairro mais residencial. Ali, vários restaurantes locais, sem muito tric-tric mas de comida genuinamente deliciosa. Pode ficar com os vinhos da casa mesmo... na maior parte das vezes, são vinhos novos e bons. Eu nunca tomei um vinho di tavola inesquecível o que é bom: eles não eram ótimos, mas tb não eram péssimos...




Vovó e eu comemos num desses restaurantes com vista para o Castelo...

Na esquina do Pantheon tem uma pizzaria al taglio incrível e logo na sequência, tem a Piazza Navona, que tem uma sorveteria incrível. Esse era um dos meus combos mais clássicos em Roma: pizza e sorvete. Na área da Fontana di Trevi tem duas pizzarias muito boas também e alguns restaurantes que servem no almoço esses combos a que me referi acima... Mas a verdade é que eu recomendo passar por lá de dia, e voltar a noite... é outra visão, outro clima, outra experiência...


JANTAR:

Como já falei acima, eu elegeria um dos restaurantes na área da Fontana di Trevi pra jantar... eles costumam servir uma comida decente, não tão cara e o visual é imperdível. No caminho, vários outros restaurantes vão ter seu apelo, afinal, estamos em Roma... não hesite em desistir do jantar na Fontana porque ela vai estar lá no dia seguinte... agora o restaurante que você acabou de passar e achou charmosos no meio de uma vielinha... não te garanto que vc vai encontrá-lo no dia seguinte...

Outros dois lugares legais com excelentes restaurantes são Trastevere e Ostiense.

Eu estudava na área da Ostiense e voltaria em Roma só para comer de novo a pizza Margherita (agora aquela redonda, tradicional) do 900 (Nuovecento). Na minha opinião, o melhor restaurante de Roma. Eles tem uma spiedini de queijo com pancetta que é ridiculamente delicioso. E a sobremesa de ricotta com pistaccio é absurdamente deliciosa. E a tal pizza? Eu nunca comi uma pizza margherita tão boa na minha vida!




Minhas amigas do mestrado e eu nos acabando no 900...





A famosa sobremesa de ricota

Outros restaurantes que eu recomendo são os de Trastevere, mas é uma zona pra se chegar por volta das 5 da tarde e ter consciência que você só sairá a 11 da noite... É um dos lugares onde os romanos se encontram. Alguns marcos turísticos, obviamente (hello! Roma!!) mas não é o principal. Excelentes restaurantes e enotecas. Onde parar, é garantido!


CAFÉ DA MANHÃ e outros gostos imperdíveis:

Entre num BAR. Sim. BAR. Se disser BAR quer dizer café. Para café da manhã peça um capuccino e cornetto (eu prefiro os de chocolate ou avelã - aham nutella). Todos os dias. É isso que os romanos comem. E se você comer, vai entender porque... no primeiro dia, vem aquela questão: "Mas isso não é um capuccino!" aí você morde o cornetto (que nada mais é que um croissant doce, recheado de delícias). No segundo dia, você dá uma nova chance. No terceiro dia, você já não entende mais como viveu toda sua vida sem isso!!!

Outras coisas para se experimentar num BAR: un tramezzino (um sandubinha desses de triângulo. Bobo né? Try again: os frios dentro desse sanduíche são todos made in Italy, então estamos falando de salames, prosciutti e queijos que você jamais faria um sanduíche no Brasil, pois custam uma nota); il baba (não é romano, mas eles também sabem o que fazem: é um bolinho - que pode ser grande também - molhado no rum... maravilhoso!); caffe macchiato... etc




Il babà


Eu também recomendo parar numa loja de queijos e comprar um pedaço de alguma coisa e uma garrafa de vinho. Sentar na praça de Espanha e comer nas escadarias.

Obviamente todos esses restaurantes são budget. Se você leu até aqui e seu bolso não tem limites, sorry. Blog errado.

PS.: Eu sei que vou voltar a escrever sobre Roma e Itália, então abri um novo marcador...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Não tem como não AMAR...

Então que ontem eu cheguei em casa cansada e com dor de cabeça. Muito feliz, mas muito cansada. Falei com maridão que prontamente me preparou um banho...






Escrever simplesmente não ia explicar!

PS.: E em pensar que quase nos livramos da banheira pra fazer um rainshower... desculpa, mas não tem nada como ficar de molho!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cultive seu jardim!

Ok essa frase não é minha, mas o sentindo dela se aplica a cada de um nós: seja no sentindo intrínseco, extrínseco, ou no meu caso, both.

Eu nunca morei em casa, casa, assim com jardim, piscina e espaço e terra. Minha vida foi de escadas, elevadores, porteiros, vagas de garagem apertadas, e vistas panorâmicas. Achava a vida em apartamento perfeita. Até o dia em que nos mudamos pra essa casa.

Tudo começa com as reformas (que obviamente só tem começo, não tem fim...). Depois com a rotina de limpeza (com L maiúsculo!). Contato com vizinhos. O silêncio das noites. E das manhãs. Tudo é diferente, e mais familiar, e mais... não sei. Só sei que é mais.

E então, eu que nunca tive experiências com jardins externos, comecei a me aventurar nessa empreitada. Recentemente comprei dois vazinhos pequenos de manjericão. E olha como eles já estão:





Depois lembrei que minha vó costumava plantar frutas, legumes e coisas gostosas e naturais, diretamente na terra, e então me aventurei com cenouras. Dessas ainda não tenho fotos, pois demoram algum tempo pra brotar (se tudo der certo!). Mas comprei comidinhas orgânicas pra terra onde as plantei, e estou aguardando ansiosa o resultado.

Agora o ponto culminante do meu jardim são as flores. Especialmente as minhas flores: tulipas. Eu sou louca por tulipas, desde que fui a Holanda e pela primeira vez na vida vi essas flores fiquei encantada, maravilhada, abismada. São flores belíssimas, com cheiro delicioso, e existem em todas as cores. Não são exuberantes e perfeitas como as rosas, mas não também não tem espinhos. Elas começam pequenas, em meio as folhas grandes, e de repente um botãozinho. Depois outro e outro, e elas, antes mesmo de se abrirem, já são lindas.

Meu buquê de casamento foi feito de tulipas e lírios. Não sei como a floricultura que o fez conseguiu essas flores, pois elas são típicas de clima mais frio. Mas conseguiram. Era um sinal. Esse foi meu buque:




Depois do casamento...




E agora, o grand finale: minhas tulipas! Eu as comprei recentemente, pequenas, fechadinhas... Coloquei nos vasos (eita medo de colocar na terra e algum bicho vir comer!) e uns dias depois coloquei o adubo. Já aprendi que elas são flores que perdoam: mesmo que elas não fiquem no sol tanto tempo, ou que um dia ou outro você esqueça de regar, ainda assim, elas vão estar ali, sorrindo...

Vai dizer que aprender essas coisas não te faz querer cuidar do seu jardim também?





sábado, 12 de fevereiro de 2011

O que é o super bowl?


Fim de semana passado foi o Super bowl - e um breve (e ingênuo) conceito seria que trata-se de um evento a la final do brasileirão, que acontece aqui nos states (só que de futebol americano).

Entretanto todo mundo sabe que o melhor do superbowl são sempre os intervalos comerciais, pois os anunciantes capricham no impacto que querem causar nos milhões de pessoas que ligam a tv neste dia... e aqui mora o meu tema: quem assistiu ao "super bowl"?

Eu não. Já digo de antemão. Fui pra uma "festa de super bowl" na casa de amigos, homens, mulheres, todos juntos pra celebrar o superbowl. Eu sei quem estava jogando (o nosso host é torcedor de um dos times, as cores estavam por todas as partes, se eu não soubesse era a hora de ser testada pra algum tipo de atraso mental). Chegamos no início da transmissão, a tempo de ver a Christina Aguilera errar a letra do hino nacional americano (wtf?). Daí em diante é tudo um grande branco. Alguns homens gritavam (as mulheres combinaram de gritar tb, todas as vezes que eles gritassem). Comemos, rimos, bebemos, conversamos sobre tudo e mais um pouco, mas do jogo mesmo não vi NADA.

Nos intervalos assisti empolgadíssima TODOS os comerciais e achei esse o melhor evento. No meio tempo, vi a apresentação do Black Eyed Peys (de novo?) e foi legal, aham, já te vi ano passado.

E depois comemos mais, fiquei cansada, maridão tb, e fomos embora.

O jogo estava nos minutos finais, pelo que entendi, acho que faltavam 3 minutos quando resolvemos vir pra casa.

Concluam por voces mesmos o que é, na verdade, o super bowl.





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

E agora eu so durmo de olhos fechados...

Houve uma epoca em que eu tirava muita onda de gente que chorava em filme. Nao que eu fosse uma pessoa fria de tudo, mas me gabava por ser boa em controlar minhas emocoes, quando na verdade acho que se tratava de uma incapacidade fisica de chorar (igualmente proporcional a minha capacidade fisica de dormir de olhos abertos).

Achava essa demonstracao de emocao excessiva e publica muito "out there", sabe? Tipo, vc ta num cinema as pessoas do seu lado direito comecam a solucar, e de repente as do lado esquerdo deixam rolar uma lagrima... Mas eu nunca te vi! Porque que vc esta chorando na minha frente? Controle-se (slap in the face!)

E foi assim por muito tempo ate que um ex, que chorava por tudo, me fez entender que nao havia mal nenhum em demonstrar o que vc sentiu, sente e sentira. Por respeito, escutei a licao, sem nunca conseguir colocar muito em pratica. Sempre rolava uma lagrimazinha aqui e outra ali, mas sozinha e especialmente ao final de um livro. Mas nao de um filme.

Isso ate domingo passado, quando assisti Toy Story 3.

Chorei de solucar.

Quero que ganhe o Oscar de melhor filme, titulo de rei do universo, eleito como a 8a maravilha do mundo moderno, e o que mais tiver de premio. Foi uma das historias mais lindas que ja ouvi.

(sim, no espaco de tempo de mais de uma semana, isso foi o que eu achei mais importante. Depois eu falo sobre a obra na casa, trabalho, fofocas e vozes na minha cabeca)