quinta-feira, 28 de maio de 2015

Americans!


Ontem, como muitos ja sabem, nos tornamos cidadãos americanos. Essa é uma conquista cheia de “blood, sweat and tears”, pois apesar de não dramatizarmos muito, a vinda pra cá, todo o processo de legalização e adaptação, não foram fáceis.

Tenho um certa “dor de corno” quando ouço algumas “personalidades” (ou não) brasileiras que falam “o Brasil está terrível, prefiro ser faxineira/o em Miami”.

Será?
Can we?

Eu vim pra cá há quase 10 anos, uma decisão que pouco teve a ver com a economia, e muito mais a ver com o coração... Não julgo quem vem pra cá se arriscar na obra, na faxina, na ralação nossa de cada dia, mas olho bem torto pra madame de Copacabana que solta uma dessas, assim ao Deus dará... Eu tive que colocar meus 2 diplomas universitários, 1 MBA e 1 mestrado, junto com qualquer orgulho profissional no bolso, e recomeçar engatinhando uma carreira aqui, que 7 anos depois, está solidificada...

Mas não é fácil. E não é pra qualquer um.

Além do desapego, mudar de país requer um senso de aventura que apesar de poético, requer um super controle (de ansiedades, medos, etc), e uma mente aberta... Saber se adaptar a sua nova terra, incluir no seu dia-a-dia novos hábitos, sem perder a identidade é desafiador.

Sorrisinho "we made it"!


Eu não me considero totalmente americanizada, nem estou tentando ser. Não acho que os EUA seja o melhor lugar do mundo, mas para o nosso contexto de vida, pessoalmente, e no momento atual, é. Acho que daqui uns anos, exploraremos outros mares - tenho uma queda louca pelos países escandinavos, e a Europa tem seu lugar...

Me identifico...

Mas hoje, tenho uma gratidão infinita, e muito orgulho de dizer que sou americana: “esquecer” meu carro e minha casa abertos constantemente e isso não ser um problema, passar por TODAS as pessoas na rua e ouvir um “bom dia”, poder escolher uma profissão que traga verdadeira satisfação pessoal e ser devidamente remunerada, não me preocupar com os impostos ou para onde o dinheiro dos impostos vai, conviver com outras culturas diariamente, dentre muitas outras coisas... - esse país me dá oportunidades diárias de conhecer uma felicidade que até então eu não sabia possível.




terça-feira, 19 de maio de 2015

Guia completo para jardineiros iniciantes (ou como não matar suas plantas em 2 dias): JARDINS

Aqui nos EUA a maioria das comunidades residenciais (e grande parte das comerciais também) tem que seguir parâmetros de belezuras – o famoso “curb appeal”: 




 Ou seja, se for pintar as paredes externas da casa tem que ser de cores pré-determinadas, se for mudar a estrutura da casa de qualquer maneira (acrescentar um quarto, piscina, etc) tem que ter aprovação prévia, e claro, os jardins tem que ser impecáveis. 



Nada de grama alta, flor morta, ou decoração de Natal exposta até março – a “polícia” do bairro, controlada pelo HOA (Home Owners Association), te multa.

Nao importa o estilo da casa, o visual tem que estar sempre nos "trinks"

Nós, moradores, pagamos uma taxa anual pra esse HOA existir, e decidimos junto a ele, regras via votação. Como nós compramos nossa casa zero bala, foi um processo fácil, mas quando você chega num bairro novo, tem que se ligar no regulamento local...


Enfim, isso pra dizer que desde que chegamos aqui, estamos de olho no nosso jardim. Temos uma pessoa pra cortar a grama, mas o resto, somos nós mesmos que fazemos... E sabe que é mega-terapêutico?



Por exemplo, aprendemos que a área onde plantamos as flores decorativas, os “shrubs”, e as árvores são normalmente cobertas por mulch, que são um mix de cascas de madeira, as vezes com folhas secas, mas na essência, um material orgânico, que protege a terra e cria um visual show (pois existe de varias cores):


Muita gente usa pedrinhas também – inclusive temos um projeto para o jardim dos fundos mais ou menos nesse estilo:



O mulch precisa ser trocado de tempos em tempos, o nosso por exemplo, ja está meio “passado”:


Além do mulch, nós precisamos “trocar” as plantas com uma certa frequência. Existem plantas perenes (perennials) que deveriam durar o ano inteiro, como essas vermelhinhas do nosso jardim:



Porem, depois de 3 meses, elas ficaram queimadas, e morreram... Eu não dou muita trégua não: ficou feio, arranco fora, e bola pra frente. Mas teoricamente, daria pra fazer um belo jardim de flores perenes:


Por outro lado, existem as annuals: flores e plantas que são feitas pra resistir somente aquela temporada.



Eu achava um desperdício ficar comprando e plantando  flores novas, ja sabendo que elas não iriam durar... Mas tem como resistir essa lindeza?


As pessoas tem jardins “anuais” perenes (como roseiras, que nao morrem, mas só florescem certas épocas do ano):

E pra elas resistirem, tem que ter um cuidado muito intenso... e eu ainda nao cheguei nesse nivel...

O nosso jardim também exige cuidados constantes... De tempos em tempos,  nós podamos os “shrubs” – arbustos perenes decorativos, que servem como uma espécie de cerca viva, e também temos um bebedourozinho pros passarinhos e borboletas...





Eu ja disse antes que essa nova  “atividade doméstica” me surpreendeu por ser terapêutica e divertida, mas acho que vai mais além: tem um senso de liberdade de poder passar um sábado de manhã cavucando a terra, escolhendo cores, sentindo cheiros da natureza...


quinta-feira, 14 de maio de 2015

D de Dallas


No começo do ano, viajei a trabalho pra um destino americano que NUNCA me decepciona: Dallas, TX.



Vamos começar pelo fato de que o Texas é um barato. Sei que não é o destino turístico número 1 (ou 2, ou 3...) dos Estados Unidos, mas poderia ser: o estado é cheio de cultura, diversão, shopping, business, e um pouquinho de tudo que faz dessa terra um lugar especial.



Mas vamos “afunilar” o assunto para a cidade do J.R.

Quem sabe a musiquinha de abertura canta!


Os noveleiros de plantão provavelmente lembram desse seriado e o local onde as filmagens eram feitas (hoje são feitas em estúdio), que fica aberto para visitação – o famoso Southfork Ranch:



O chao da parte do rancho onde ocorrem shows e festas: varios bricks com o shape do estado do Texas...


Na verdade, o rancho fica numa cidade ao norte de Dallas, mas vale a pena dar uma esticadinha, mesmo que vc nao seja fã da série: a casa foi mantida exatamente como era, então dá aquela sensação de estar visitando a casa de alguém (sempre sinto isso em museus-casa... dá um friozinho na barriga de ver algumas coisas... do Solar Monjardim a casa de Anne Frank... vocês sentem isso também?)

E esse carpete vermelho "pompa e circunstancia"?

Da pra fazer varios eventos privativos no rancho, inclusive na famosa mesa de jantar... 


Bom, voltando para Dallas-Dallas mesmo, o centro da cidade é bem moderno, e os prédios de business são todos conectados por túneis elevados E subterraneos, porque quando faz frio, é frio... agora, quando está quente... é de derreter o cidadão:





Dallas tem muita história, mas a principal acredito ser o assassinato do Kennedy... Existe um certo misticismo sobre o que aconteceu, e muitas pessoas acreditam em teorias da consipiração y otras cositas mas, logo existem tours básicos (visite o museum e a rua, e siga com sua vida) e os tours “multi-day” analisando o ângulo dos tiros, a direção do vento no dia do ocorrido, etc, etc, etc




Vamos “sair” de Dallas um pouquinho para outra atração que vale a esticadinha: a “casa” do Dallas Cowboys, o AT&T Stadium:



É uma estrutura tão enorme, tão bem pensada, tão fascinante, que não importa muito se você gosta de futebol americano – vale a visita ao “backstage”, colocar o pé na grama e sentir na própria pele o que os jogadores e artistas que tocam nesse estádio sentem...







Não seria o Texas sem aqueles cenários de cowboys, e para isso visite Fort Worth – de novo, fora de Dallas (eu sei que TUDO parece fora de Dallas, mas é a mesma coisa que falar vou para a Disney em Orlando – quando a Disney fica FORA de Orlando...). 






Fort Worth tem lojinhas de cowboy, comida de cowboy, entretenimento de cowboy... todo o dia, duas vezes ao dia, tem um “cattle drive” – a boiada atravessa uma parte da cidade – e são aqueles tipicos bois “longhorn”




Voltemos para Dallas – vamos falar do que mais interessa: COMIDA E BEBIDA.

Tex-Mex? Yes, please!

Dallas tem MUITAS cervejarias. E MUITA comida boa. Então eu recomendo fazer um “brewery tour” e um “food tour”: assim você pode experimentar um pouquinho de cada coisa, e aprender mais sobre a história e cultura local.

Um "flight" de cerveja local tambem vale quando nao ha tempo pro fazer um brewery tour
Mas entrar na cervejaria e ver a producao...

Entender a diferenca entre as "receitas", o processo de fermentacao...

E depois experimentar uma geladinha, recem saida do barril... NAO TEM PRECO!

E dentre os muitos restaurantes que conhecemos no food tour, esse foi o preferido... Super-local, experimental e um clima top! (Eu experimentei cactus frito... nao foi bem do meu agrado nao, mas experimentei...)

Um lugar que é relativamente novo, e acho que vale a visita (se ja nao inclusa num dos 2 tours acima), é o Trinity Grove: uma espécie de incubadora para novos restaurantes, patrocinada por uma rede de restaurantes americana (donos do Romano’s Macarroni Grill – que eu acho muito melhor que o Olive Garden, by the way – Chilli’s, etc)



Esses restaurantes “em crescimento” tem um tempo determinado para ficar no local – se der certo, tem que abrir as asas e voar sozinho... Uma iniciativa bem bacana, e a comida, extraordinária.

Nos demos SORTE e comemos no LUCK - Local Urban Craft Kitchen: melhor brownie da minha vida! (E com calda de cerveja stout, por que nao?)

Se o bolso estiver um pouco mais fundo, 2 restaurantes para causar (e se deliciar): o Wolfgang Puck no alto da Reunion Tower:

A reunion tower eh o predio com a bola brilhosa
Uma selfie bem mar-o-meno pra tentar mostrar a altura do predio... O Wolfgang Puck fica la no topo, bem na bola...
...e como todo bom restaurante em alto de predio aqui nos Estados Unidos, ele gira... devagarzinho, mas gira de forma que da pra ver a cidade toda




E The Mansion Restaurant, dentro do Rosenwood Mansion (no Turtle Creek):

Entradinha singela
A comida aqui eh tao boa e tradicional que eles tem um livro com as receitas - e um pouco da historia do local

E para quem gosta de uma emoção mais forte, nao deixe de visitar o Six Flags Over Texas:

Por que nao?
Adooooooro!!!


Acomodação: tem de todos os tipos para todos os bolsos. Dallas é uma cidade facil de dirigir, então, se for alugar um carro, eu recomendo ficar fora da area central (ou o hotel irá cobrar um extra do estacionamento...).

Esse hotel eh mtoooo legal - The Joule. Esse pontinho azul la em cima, sim, eh a piscina

Ta certo?

Eu sou APAIXONADA por esse lobby... o hotel todo... mas o lobby eh encantador


Depois de ler esse post, e pra entrar bem no clima, curte esse som ;)

Iiiiiirrrraaaa!!!!!