domingo, 19 de fevereiro de 2012

De-touring

Detour = desvio





Eu sou a pessoa que morou em Roma e nunca foi ao Coliseu.

Também já fui a Paris 4 ou 5 vezes e nunca subi a torre.

Também nunca fui à Estátua da liberdade.

Pensando num roteiro "primeira vez em NYC" para Raquel, fiz uma lista mental de lugares e coisas pra se visitar, pensando no turismo enquanto aquela coisa que fazemos para conhecermos pontos estabelecidos como "turísticos".

But that's not me.

Quando eu visito algum lugar pela primeira vez, eu tento medir meu interesse pelo lugar e características do lugar pré-visita e claro: capacidade de me virar sozinha (pra saber quando e quantos city tours guiados eu vou precisar)...

Por exemplo: quando visitei Madrid tinha interesse na cidade em geral, mas mais especificamente em ver os quadros da infanta Margarita (não sei porque, mas essa menina é tão real pra mim, e eu gosto de Velázquez em geral), e visitar a casa de Cervantes em Alcalá de Henares. E foi isso que fiz. Não visitei a Puerta del Sol, não visitei o Palacio Real... Me arrependo de não ter ido a um show de flamenco e de não ter entrado no Templo de Debod. Mas o tempo era curto e não pude fazer exatamente tudo que queria. Mas fiz escolhas e não me arrependo... pequenos desvios...

E assim foi também com Roma, Lisboa, aqui nos EUA... Eu não faço tanta questão de visitar lugares só pq eles são conhecidos ou famosos: eles tem que ter alguma representatitvidade que valha o meu tempo. Outro exemplo: eu sou mega fã do museu de Orly, porque eu adoro impressionismo e tudo faz sentido. Mas eu achei o Louvre extremamente opressivo: obviamente eu não sei tudo sobre todas as época que ele retrata - e é o tipo de museu que dá uma vontade de gritar "ME DÁ UM TEMPO PRA EU SER BURRA". Pq é muita coisa, é muita cultura e arte, e aaaaahhh! Não quero.

Obviamente não é sempre assim: adoro (e recomendo) os city tours naqueles ônibus Double Decker (sem o topo, teto, sei lá como se chama aquilo): eles são narrados, mas vc tem tempo pra ver as cidade com calma e apreciar os lugares numa velocidade razoável, pra só então, partir pra lugares mais estratégicos. Em San Francisco fizemos o circuito turístico basicão, com direito a Alcatraz e esse ônibus. Claro que não pudemos fazer absolutamente tudo, mas saí de lá com o feeling de  missão cumprida. Meu interesse na cidade era genérico. Já em Sonoma e Napa, tínhamos interesses específicos, e deixamos de fazer uns passeios e visitas "obrigatórios" para irmos com mais calma e/ou conhercermos lugares que já queríamos conhecer há algum tempo.

Tudo isso pra dizer: se o seu negócio é moda, não perca tempo em Paris indo ao Louvre. Se seu negócio é comida, não perca tempo em NYC indo à estátua. Se o seu negócio é arte, não perca tempo na Califórnia visitando vinícola. Faça seus próprios "desvios" de percurso, e divirta-se com o que realmente te faz feliz. Desobrigue-se dos clichês de lugares e do conceito de férias como "escape"... Normalmente são nas férias que eu mais me encontro.... sou uma detourist.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

3 ótimos filmes e Whitney Houston

Eu trabalhei ontem de manhã (sras. e srs.: inicia-se a correria da pré-temporada!), e decidi que por causa do trabalho extra + o frio antártico que está fazendo aqui iria passar o final de semana inteiro assistindo filmes... filmes que queria assistir a algum tempo já, então não são filmes super novos.

Seguem os reviews:

- Ides of March: o que o George Clooney tem de lindo, tem de talentoso. E não estou falando exclusivamente da atuação (aparentemente ele arrasou em "The descendants" que ainda não assisti), mas como diretor desse filme político fenomal. Um drama sobre corrupção vs. ideais com o também mega talentoso Ryan Gosling. Acho que no Brasil ele foi traduzido como "Tudo pelo poder". Tirando todos os comentários positivos, quero dizer que esse foi o "piorzinho" dos 3 que assistimos. Não que tenha sido ruim, já praised o filme acima, é só que apesar de muito bom, parece que faltou uma coisa... adrelina, talvez? Não sei. É como fazer uma degustação de vinhos... muito parecido com o que fizemos na Silver Oak: todos ótimos cabernet sauvignons, mas daí vc experimenta o 2004, e pimba! Parece que tudo antes era suquinho de uva...





- Rise of the planet of the apes: foi o segundo filme que assistimos ontem... eu e Conrado somos muito resistentes com ficção científica. Não gostamos. O tema em si, argh. Mas daí ouvi vários comentários insuspeitos sobre o filme que me conveceram de assisti-lo. E wow. Wow. Vamos começar pelo fato de que a produção do filme é inacreditável. O cara que "fez" o Cesar é um gênio e merece um oscar, dois oscars, vários oscars... Produção, atuação, tudo. Melhor que James Franco (e eu ADORO James Franco). Para os fãs do gênero, não sei se colou. Pra quem ODEIA o gênero, foi ótimo.







- The help: finalmente assistimos esse filme tão fantástico e maravilhoso. Ultimamente eu tenho estado muito ligada nas coisas do sul dos EUA. Existe toda uma cultura aqui surreal, muito intrigante e curiosa. Tenho planos para viajar um pouco mais e explorar as Carolinas, Georgia, Louisana... é uma parte tão rica e tão incrível... O filme se passa no Mississipi (tb na minha lista) e a cultura, a história é tão profunda e recente. Inacreditável. Muito fácil de assimilar com algumas situações ainda mais recentes e tristes no Brasil e no mundo. Sei que o filme está up to a couple of oscars, incluindo Viola Davis e Octavia Spencer, se não estou enganada, mas só queria dizer que Emma Stone tb é ótima. Não oscar ótima nesse filme, mas mesmo assim única e intensa. Muito crível. O cast inteiro muito bom. A vilã é maravilhosa (não quero falar muito sobre ela pq ainda estou com raivinha). E é isso que eu gosto num filme: a sensação de que tudo aconteceu com vc, e levar pro lado pessoal... Esse filme é o meu Silver Oak 2004.





Whitney Houston morreu, e sinceramente, não surpreendeu. Nao quero ser fria na hora do amém, mas vamos combinar? Tava na cara que isso acontecer eventualmente... e era só isso que tenho a dizer sobre isso.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Man cave - Moreira's Cave

Meu pai foi militar do Exército, mas sempre gostou de aviação. Para o aniversário dele, que foi este fim de semana, pensamos em vários presentes do gênero, como um vôo ou curso para pilotos. Só que para tal, é preciso dominar o inglês, e ela ainda não está bem nesse nível...

Outra opção era dar uma pescaria, com barco em alto mar, toda especial. Mas ainda tá meio friozinho aqui pra essas empreitadas, e esses presentes são meio sazonais...

Além disso, quando montamos a casa, já tínhamos feito a man cave dele, na suíte no segundo andar, com todo o equipamento do flight simulator, pra ele voar em casa. Mas a man cave era bem pequena.

Assim que eles chegaram aqui nos EUA, ele aprimorou e fez dentro de um dos closets comuns da casa uma super man cave, embaixo da escada. Ficou muito legal.

O presente de aniverário que demos acabou sendo uma edição especial com 4 garrafas de Johnnie Walker (black, green, gold and blue - mtooo legal), e só uma plaquinha indicando que o espaço é dele. Mas a plaquinha era pra man cave com o simulador, com o tema de pescaria, pra não confundir.

Olha que bacana:





A plaquinha pode ser feita com qualquer tema, em Downtown Disney.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

I must have been asleep for days...




Eu não quero perder nem ofender AZAMIGA mas vamos combinar: chega de Michael Kors.

Chega.

10 em cada 10 brasileiras que vem aqui compram algo do MK - bolsa, acessórios em geral mas principalmente, relógio.

Já falei disso antes, mas não aguento mais. Já sei os preços de cabeça (tudo tabelado, em qualquer loja), e a real é que eu acho esse um dos maiores micos coletivos da história da "moda" brasileira.

Primeiro: uma coisa é achar bonito e querer um. Outra coisa é ter porque todo mundo tem.

Eu pessoalmente adoro as coisas dele - é um grande estilista. O beachwear dele é di-vi-no. Também os relógios são bonitos, não estou dizendo que não são. Mas quando todo mundo junto acha bonito e quer ter um, tem algo suspeito no ar...





Há uma década e meia atrás, com 12, 13, 14 anos eu queria ter o que todo mundo tinha: mochila da Company, blusa do Hard Rock... Pode jogar rock que meu teto é de vidro e vai quebrar na minha cabeça - mas eu to preparada. Porque depois da adolescência eu desenvolvi um senso de self, e tenho meu próprio estilo, e faço o que eu quero e me dá na telha. Mas principalmente o que justifica minha opinião atual é que eu deixo de fazer coisas só por modinhas.

Como eu disse, eu acho o relógio do MK bonito. O que eu não acho bonito é todo mundo ter um. Me incomoda. Não quero ser radical, nem rebelde, só não quero ser do rebanho. Quando eu olho pro seu pulso e te vejo com o tal relógio, meu primeiro pensamento não é "nossa que rica e poderosa" e sim "mais uma". Em compensação se eu te vejo com um vestido do mesmo estilista, é muito provável termos o seguinte diálogo: "nossa que vestido lindo!" e vc diz: "obrigada! é do MK". Outra história. Entederam onde quero chegar?



Quero poder ser sommelier porque eu gosto de vinho, não porque tá na moda, é um hobby caro, dá status . E viajar porque está na minha alma ser viajante, não porque todo mundo está viajando, porque é símbolo de "poder" poder viajar. E gostar de ler porque eu amo ler desde pequena, não porque é bonito tirar uma de intelectual.
Sim, sou eu. FREE.