domingo, 30 de agosto de 2009

O absurdo dos absurdos


Amanhã é segunda-feira o que me fez lembrar que exatamente uma semana atrás eu iria no final de tarde comprar um pãozinho para o lanche da noite... Como sempre fazia todos os dias. Na mesma rua. Na mesma padaria. Logo quando cheguei aqui narrei uma cena que vi mais de uma vez nessas minhas idas de segunda-feira exclusivamente: um pouco antes de chegar à padaria, existe um hotel que acredito que nos finais de semana oferece um café da manhã ou lanche mais reforçados, com tortas, bolos, pães e frios dos mais variados. As sobras são jogadas fora na segunda-feira. Como sei disso?

Porque toda segunda-feira mais de 15 crianças se juntam na frente do referido hotel para "atacar" o lixo que vai sendo colocado para fora aos poucos. Entre 5 a 6 carrinhos de lixo, cada vez que o encarragado coloca o pé para fora, esse grupo se agarra aos carrinhos, e antes mesmo deles poderem descarregar na caixa de lixo da rua, as crianças já se agarraram a um bolo ou torta...

É uma cena extremamente forte. Me sentia mal quando via. Normalmente ia com minha cachorrinha, aí que me sentia ainda pior - ia à padaria comprar meu lanche fresco, com minha cachorrinha bem nutrida, enquanto aquelas crianças brigavam como abutres pelos restos do hotel.

E dentre todos os meus pensamentos sobre o assunto, o que prevalece hoje é a sensação de que SE EU SEI QUE ISSO ACONTECE COM UMA CERTA FREQUÊNCIA, NUM CERTO HORÁRIO, NUM CERTO LOCAL, POR QUE, MEU DEUS, POR QUE NINGUÉM DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO GOVERNO TOMA UMA ATITUDE???

sábado, 29 de agosto de 2009

Mericaa, Mericaa, Mericaaaaa!!!!


Ah... eu não quero virar aquelas enjoadas que acham tudo lindo nos Estados Unidos e tudo feio no Brasil (ou no resto do mundo...). Mas olha que diferença. A história que vou contar se passou na fila do drive-thru do McDonald's, ontem à noite, 23h02:

Caixa: - Boa noite! O valor é $xx!
Con: - Aqui está... obrigado.
Caixa: - Seu troco. Obrigada. Pode se dirigir ao próximo guichê. Ah! O lançamento do foguete poderá ser visto naquela direção daqui a 58 minutos, caso vcs estejam na rua..
Con: - Foguete? Que direção???
Caixa: - Ali oh. Leste.
Con: - Nossa.. legal. Obrigado!
Caixa: - De nada!

No segundo guichê, 30 segundos depois que pararmos:
Atendente:- Desculpa pela demora. Aqui estão suas bebidas. Querem porta-copos?
Con: - Não, obrigado.
Atendente: - Ok. Vou buscar os sanduíches.

Outros 30 segundos:
Atendente: - Desculpe novamente pela demora. Aqui está. Molho barbecue né?
Con: - Sem problemas. É esse molho. Obrigado.
Atendente: - Não. Obrigado vc. Tenha uma ótima noite. Desculpa mais uma vez.

E VIMOS O FOGUETE!!!!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A saga


Tudo começou com a idéia de não deixar a Duquesa, minha lhaso apso de 4 anos, para trás.

Então vamos fazer a documentação exigida: vacinas em dia (fácil!), atestado médico (facílimo!) e CZI - Certificado Zoo-sanitário Internacional...

Em resumo, a única coisa que foi realmente fácil foram as vacinas PORQUE DEPENDIAM ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE DE MIM... O resto...

Primeiro Confronto - Embarque na TAM - Vitória - 5h30 da manhã do dia 25/08

Chego feliz e sorridente ao embarque da TAM, com Duquesa no kennel, segura da minha documentação e dos meus álibis, afinal tinha dia ao aeroporto DUAS VEZES ANTES DA VIAGEM PARA ME CERTIFICAR DE QUE ESTAVA COM TUDO DE ACORDO COM AS EXIGÊNCIAS DA COMPANHIA.
Inclusive no dia anterior, falei com o Supervisor de embarque que iria viajar com a Duquesa. Mostrei o kennel, a documentação e a própria cachorra. Ele deu o ok dele. Peguei nome, endereço e CPF do dito cujo, porque sabia que ele não seria o supervisor do meu embarque.
Já no meu embarque, a supervisora não queria fazer o check in. Porque disse que a cachorra não poderia embarcar sem o CZI. Acontece que o CZI só é emitido em outros lugares do planeta MAS NÃO em Vitória... Por isso que tinha ido antes no aeroporto, e confirmado que eu poderia embarcar sem esse documento e fazê-lo em Guarulhos. E todo mundo disse que sim. E a beócia dizendo que não.

RESULTADO: Fiz escândalo, rodei a baiana, fiz ela ligar pra Deus e pro mundo, inclusive pro outro supervisor de embarque que tinha autorizado no dia anterior, o que ela fez e descobriu que eu estava certa. Embarcamos e Duquesa foi junto com a carga. E eu com o coração partido...

Segundo Confronto - Guarulhos, 11h30 da manhã

Chego no Vigiagro para fazer o CZI e está faltando uma cópia da carteira de vacinação. Isso não foi tão grave. Afinal, eu só liguei 8 vezes pra eles pra confirmar horário de funcionamento, documentação necessária, etc e tal. Descobrir que eu precisaria da cópia da carteira de vacinação na hora de fazer o documento, é bobagem. Afinal chovia só um pouco e estávamos com cachorra, malas, e tudo isso aconteceu no terminal de cargas de Guarulhos, quase 1 km de distância do terminal de passageiros... mole.

RESULTADO: Conrado saiu na chuva pra tirar cópia do documento e depois voltamos na chuva para o terminal de passageiros. Duquesa nem fedia como um bode.

Terceiro Confronto - É burra ou o quê? - Vitória - todos os dias de março em diante.

A veterinária da minha cachorrinha é responsável por ela há anos. Dá vacinas, vê Duquesa TODA SEMANA, e sabia dessa viagem internacional desde março. Quando questionei sobre a documentação, ela insistiu INCASAVELMENTE que eu precisaria do GTA, uma guia de trânsito, quando até eu que não sou nada nesse mundo pude ver que isso não seria mais necessário PORQUE ESTÁ ESCRITO que não é necessário em todos os sites de todas as companhias aéreas. Pra não complicar muito a cabeça da coitada, eu ainda facilitei e voei TAM do começo ao fim da viagem. Mas mesmo assim, ela fez um GTA - e me cobrou R$50,00 por isso.
O que eu precisava MESMO era de um atestado médico dizendo EXATAMENTE o que o veterinário da VIGIAGRO - órgão do Ministério da Agricultura - havia me ditado: que ela estava livre de doenças infecto-bacteriológicas, parasitárias e miiases. Eu até decorei. Ditei mesmo pra ela.

RESULTADO: A burra não escreveu isso. Tive que procurar outra veterinária em SP. E ainda por cima, colocou que Duquesa é uma Shi-tzu, quando ela tem pedigree de lhasa...

Quarto Confronto - O embarque internacional - Guarulhos, 21h30 (!!!)

Fui fazer o pré-check in da Duquesa pra tentar uma vaga na cabine (e não mais na carga). E CONSEGUI! Foi lindo! Foi fácil! Foi maravilhoso!

RESULTADO: Em algum outro momento, teria que dar merda.

Quinto Confronto - O vôo - Vários locais da América do Sul, Central e do Norte. TODA A MADRUGADA do dia 25 para o dia 26/08

Duquesa embarcou conosco na cabine. Já no primeiro minuto dentro do avião fomos informados que EM MOMENTO NENHUM DO VÔO ela poderia sair do kennel. Uai?! Mas eu pensei que ela poderia ir no colo... não, não e não. No kennel. Com cara de coitada, vendo a gente, vendo o nosso colo, mas SEM SAIR DE DENTRO DA CAIXA.
Coitada.. ela entrou em pânico, desespero. Latia, chorava, arranhava a porta e as paredes da caixa com as patinhas...
Se eu estivesse no vôo, eu me expulsaria.

RESULTADO: Burlamos a regra, e pelo bem dos demais passageiros, tiramos a Duquesa do kennel algumas vezes e escondemos ela debaixo dos fedorentos cobertores da TAM. Nessas horas, ela dormiu. Nós não.

Enfim, depois DE TUDO ISSO, chegamos em Miami, meus pais estavam nos esperando para subir pra Orlando, deu tudo certo e agora, estamos aqui, no Sunny State again!

domingo, 23 de agosto de 2009

Recado de viagem


Amanhã me vou,
de volta,
de novo.

Mas isso não é tudo. Isso evoca um outra sentimento que Rubem Alves explicou melhor que eu:

Fui viajar. É bom visitar outros lugares, ver coisas diferentes, ter novas experiências. Viajei leve, pouca bagagem. Mas os meus pensamentos foram comigo. Gostaria de tê-los deixado em casa, para ver se eu mudava de assunto, se eu ficava diferente. Mas não há jeito de deixá-los em casa. Disse o Bernardo Soares: “De que me adianta ir até a China se não consigo desembarcar de mim mesmo? Quem cruzou todos os mares cruzou somente a monotonia de si mesmo. As viagens são os viajantes. A vida é o que fazemos dela. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Não me assalte... ou chamo Ivete!

Um meliante tentou "bater a carteira" de um festivo capixaba no Cerveja e Folia no fim de semana passado... e Ivete, do alto palco viu..

E não é que ela impediu o furto?

Segue link para o vídeo da abordagem na íntegra


http://www.youtube.com/watch?v=xe15EsCL_eQ

Hilário!

Mas... Só no Brasil...

Jogo dos sete erros - Política



Adoro os programas do E! Entertainment que destacam os 100 mais bonitos, os 20 mais bem pagos, os 10 mais cafonas... Então não seria surpresa contar que algumas semanas atrás assisti aos 15 mais ultrajantes flagras sexuais dos políticos americanos. E o que era pra ser mera diversão e passatempo se tornou numa triste contastação: os flagrantes sexuais envolvendo os políticos americanos mancharam de tal forma a vida do sujeito que a carreira ficou tão maculada que muitos abandonaram seus cargos. Por vergonha.

Sim, vergonha, palavrinha tão fora de uso em solo brasileiro... Porque os casos dos Estados Unidos, vejamos se me lembro: um saiu do cargo porque descobriram que era gay, o outro porque tinha uma amante, e um terceiro porque largou a mulher com câncer pra ficar com a enfermeira. Por mais moralmente baixos que esses golpes sejam, eles dizem respeito à vida pessoal do dito cujo. Então vamos abrir uma exceção às regras de privacidade - no que diz respeito à intimidade.

Mas vamos combinar que não é intimidade voar com passagens públicas de férias com a família ou presenteá-las. Ou mesmo os atos secretos para nomear e desnomear quem der na telha com o salário que der na telha. Ou ainda os tratos feitos com os traficantes e outros bandidos.

Porém o que merece destaque mesmo é uma associação curiosa que o povo americano faz quando esses escândalos sexuais vêm à tona: eles associam o comportamento íntimo e pessoal do político ao seu comportamento público. Ou seja, se o cara falta com respeito à sua esposa e filhos, trai sua família ou é pego com a boca na botija ou melhor com a botija na boca alheia em pleno salão oval, pode ser que seu comportamento num cargo público seja similar.

Sendo assim, ele não teria respeito pelo povo, traindo-o eventualmente, e seria pego fazendo (ou recebendo) favores para obter vantagens pessoais.
Então se o raciocínio for esse, imagina como deve andar a vida pessoal dos políticos brasileiros...

Antes que a gripe suína acabe...


Eu sei que as previsões não são positivas e as chances da gripe suína se tornar uma coisa ainda maior e mais barulhenta do que já é, são grandes.


Mas eu não entendo por que fica todo mundo tão desesperado com uma DOENÇA QUE TEM CURA.


A questão do diagnóstico pode até ter sido um problema quando essa história começou. Mas agora é possível a identificação rápida e um tratamento bastante objetivo. Note-se que antes do Tamiflu, alguns muitos casos foram resolvidos com a administração de antibióticos comuns. E realmente, é preciso entender a gravidade dos efeitos desta nova gripe em gestantes, mas até onde entendo, muitas doenças comuns (como rubéola) tem seu efeito multiplicado em grávidas, podendo causar a morte com muito mais facilidade. E ok, é uma pandemia, epidemia, pandemoníaca, mas também estão nessa categoria o vírus do HIV (que não tem cura) e a dengue (epicagada nacional).


Só para se ter uma idéia, o Espírito Santo em 2009 já registrou quase 50 mil (mil, gente, mil) casos de dengue, dentre os quais 42 foram fatais, além de outras 18 mortes que ainda estão sendo investigadas. Comparativamente, até agosto o Brasil (inteiro) registrou um total de 192 mortes pelo vírus H1N1.


Fatos: O Brasil lida com a dengue desde 1600 e alguma coisa. Se a dengue existisse na Europa ou nos Estados Unidos ou no Canadá, ia ser uma coisa a la ebola. Lembram do ebola? Pois é.... ninguém fala mais disso, e teve uma época que todos achávamos que íamos morrer por mordidas de macacos malignos...


Ironias à parte, meu ponto é que no Brasil lidamos com mortes por violência em nível epidêmico. O mesmo vale para acidentes automobilísticos causados por, dentre outros fatores, o desastre que são nossas rodovias. Isto sem citar as tantas outras mortes desnecessárias por falta de atendimento hospitalar. Ou saneamento básico (olha a dengue aí!). Ou até mesmo, a morte por falta de comida.


E o que me enlouquece é que as matérias sobre gripe suína tomam conta da mídia nacional que faz um alarde e fala de volta as aulas, e de blablabalblablablablas enquanto no Senado... ahn... o que mesmo?


Então não venham me encher a cabeça porque em breve vou pro México (onde tudo começou) e moro nos Estados Unidos (primeiro lugar em índice de mortalidade pelo H1N1), porque posso profetizar que antes mesmo de terminarmos a contagem dos brasileiros mortos por outras causas COMPLETAMETNE CONTROLÁVEIS, a gripe suína vai ser apenas e só mais uma simples e pura gripe.

sábado, 15 de agosto de 2009

WTF??? - 1


Alguém mais reparou que no anúncio de SNL na Sony em que a Amy Poehler aparece, à esquerda, no canto superior da tela tem uma animação de prédios (como o Twin Towers/NYC) pegando fogo por uma explosão?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O nome dos culpados


Eu sempre disse que a maior alegria de viajar com adolescentes e/ou famílias para Disney é ver a cara deles entrando pela primeira vez no Magic Kingdom... É impágavel. Os adolescentes, boas maritacas que são, fazem festa, barulho, se agrupam e deixam um rastro onde passam. Até encontrarem seu momento sabiá, de cantar silenciosamente contemplando aquela magia que os pequeninos (e alguns seniores, conforme já testemunhei) entendem na primeira olhada.

Sempre gostei desse "trabalho" e o exerci com grande alegria durante alguns anos, nas minhas férias. Assim como outros colegas, fomos treinados, com bastante detalhamento, lidamos com vários tipos de situação - das mais engraçadas as mais bizarras, e foi o tempo em que recebi os abraços mais "pesados" da minha vida: o dos pais, na despedida no aeroporto. Eu viajava com 2 toneladas a mais, e como não tenho filhos, não posso imaginar como é difícil pro pai e pra mãe que, querendo realizar um sonho do filho, o deixa na mão de completos estranhos.

Tenho acompanhado as notícias sobre a morte da Jacqueline com grande apreensão pois já imagino para quem vai ficar a conta desta tragédia... e tudo bem que talvez a guia, a agência, o hospital e até a companhia aérea poderiam ter agido de forma diferente. Mas e o resto dos personagens desta história? Fizeram tudo como deveriam?

Por exemplo: meninas de 15 anos falam. E as vezes falam, não o que realmente estão pensando ou sentindo, mas o que elas acham que devem falar. Tenho muitos pensamentos suspeitos a respeito das amigas de Jacqueline que, agora, estão falando pelos cotovelos que tudo foi feito errado, que tudo foi uma droga, que tudo poderia ser evitado... não entendo como deixaram a amiga que tanto amam, sofrer tudo o que elas agora dizem que Jacqueline sofreu.

Tenho minhas dúvidas também com relação a própria Jacqueline que foi internada e não disse nada aos pais. Que estava se sentido mal o tempo todo e saía para todos os parques... será que esta atitude não levou a todo mundo entender que ela estava bem? Até onde sei, nenhuma agência arrasta forçado para parque quem está se sentindo mal. Fora as razões óbvias, também por uma razão de logistíca: isso atrasa o grupo. Desculpe a frieza, mas é verdade. Disney em julho é tough business, e tudo é cronometrado, em tempo certo...

E os pais? Filhos não viajam sem autorização expressa dos pais que passam, naquele período, a tomada de decisão no que diz respeito a seus filhos a outros maiores de idade.

Enfim, para mim, isso foi uma trágica fatalidade. Uma sequência de pequenos erros que levou a uma terrível morte. É uma jovem chama que se apaga. E por mais que seja difícil entender, as vezes a única culpada é a brisa leve que passou...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O princípio do BFF...


Quando eu mudei de escola na infância, logo me aproximei naturalmente de uma menina que tinha um estojo daqueles de botões: você apertava um botão e lá estava o cantinho da borracha. Apertava outro e emergia o apontador. Apertava outro e a rebimboca se transformava em um guarda-lápis de dois andares! Coisa fantasticamente paraguaia, daquelas que saltavam aos olhos de todas as meninas de 11 anos.


A dona do estojo, bem, essa eu não sei o que viu em mim. E a esta altura, nem quero saber. Só sei que nos tornamos muito amigas.


Algum tempo depois descobrimos que éramos vizinhas de bairro, não daqueles que fazem travessias para chegar na casa da outra, mas vizinhas de rua, quase de casas! E eu lembro do meu estado de graça com a tal descoberta pois não era um bairro típico dos alunos daquela escola, muito pelo contrário: era afastado. E lembro bem que só nós duas morávamos ali...


Bom, com isso nos tornamos ainda mais amigas. Vivíamos na casa uma da outra, mesmo nossas aulas sendo em período integral. Éramos inseparáveis.


Algum tempo depois descobrimos outro detalhe: minha mãe é formada em enfermagem e a mãe dela também. Uau! Que coisa! Mas não era só isso - avançando na questão, entendemos que a mãe E o pai da minha amiga haviam sido professores da minha mãe na faculdade!


Mas não é só isso.


Casei com um paulista, de onde toda a família dela é, e onde ela mora atualmente. Ela sem nem conhecê-lo anteriormente, acabou sendo uma das pivôs da história já que um dos catalizadores do nosso relacionamento foi exatamente uma das minhas idas a SP para visita-la.


Dentre outras muitas coisas, minha paixão por animais vem dela. Meu inglês passou de maineimeis... pro avançado por causa dela. Aprendi a pensar diversamente e ver o mundo sob uma outra ótica por nossa convivência.


Acredito que vamos continuar nos influenciando profundamente e mesmo não morando mais na mesma rua, ainda teremos muitas "coincidências" pela frente...


PS.: Para quem não tem 15 anos, "BFF" significa "Best Friends Forever". Isso pode parecer moderninho e tal, mas quando éramos zigotos, a Tathy me deu um chaveirinho que metade ficava comigo e metade ficava com ela exatamente com esses dizeres...


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Menos advogada, impossível


Hoje, 11 de agosto, é Dia dos Advogados.


Dizem que somos os guardiões da Justiça, que exercemos uma função de importância pública, de dignificação de valores essenciais, e muitos outros adjetivos que quero esclarecer: não se enquadram a minha pessoa.


Hoje, Dia dos Advogados, tive a maior e mais clara comprovação da minha impotência como guardiã dos meus próprios interesses pessoais. Vá dizer, dos públicos.

Como o caso também diz respeito aos interesses públicos, vou esclarecer.


Em 13 de maio, mandei fazer alguns móveis para o apartamento da minha vó na empresa Closet Line. Paguei a vista. A data final de entrega era 10 de julho. Como os tais móveis não foram entregues nem 10, nem 11, nem 12, nem nada de julho, resolvi botar a "banca advocatícia" pra funcionar, já que as discussões telefônicas por si só não estavam resolvendo. Baixei como um santo na loja, e gastei algum juridiquês pra ver se a coisa andava. Ameacei entrar com ação, Procon, e o escambau. E nova promessa de entrega foi estabelecida. Obviamente, o prazo foi novamente postergado e o resultado é que hoje, Dia do Advogado, meus móveis ainda não foram finalizados: parte foi entregue na última semana e meia passada, mas ainda falta um móvel completo e as portas e acabamento de todos os outros móveis - que são muitos.


Indignada, finalmente achei que devia ir ao Procon. Muitos podem questionar por que não fui antes. E explico dizendo que muitos me consolaram dizendo que "marcineiro é assim mesmo".


Chegando no Procon tive a bela notícia de que não estão mais abrindo processos contra a Closet Line, pois trata-se de empresa com tantos processos junto ao Procon, que o melhor seria eu entrar com uma ação judicial, diretamente. Então, ainda estupefata, perguntei o que o Procon estava fazendo a respeito disso - algo como uma nota pública, uma restrição da empresa, ou qualquer coisa que fariam com um consumidor com mau crédito (Serasa, multas diárias altíssimas, etc). E os atendentes me responderam que, em resumo, nada. Existe um relatório publicado anualmente e que sai nos jornais, mas no momento o que eles podiam fazer era... ahn, então... nada.


E ainda alertaram gentilmente, que o prazo de marcação de audiência nos Juizados Especias Cíveis de Vitória é de 06 meses. Se não houver acordo, e consequentemente, redesignação de audiência, 01 ano.


Infelizmente, meu sentimento hoje é de total incompetência e incapacidade: como advogada, como consumidora e como cidadã.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Cegos que, vendo, não vêem


Fui surpreendida este fim de semana pela reforma de uma das estradas mais utilizadas no Espírito Santo, que leva a um dos destinos turísticos mais procurados pelos capixabas: Pedra Azul. A estrada continua só com uma pista, mão e contramão, mil curvas e poucos trechos de ultrapassagem. Entretanto, pelo menos o asfalto foi reformado, o que dá um certo alívio.

Como tudo não são flores, na volta de nosso passeio, um caminhão caiu ribanceira abaixo. E apesar de não termos visto o acidente, vimos a carga espalhada em mais ou menos 1km de barranco, indo parar numa plantação de bananas. Aquele trânsito bizarro, os eXXXpertos cortando pelo acostamento, e muitos curiosos parando seus carros para tirar fotos e... saquear a carga! Eram roupas de cama, edredons, e outros aparatos para o quarto e as pessoas saindo com caixas e peças caindo no acostamento, apressando de volta para seus carros, e sorrisos de quem havia ganhado o dia.

Fiquei indignada com o ato em si, que me lembrou muito uma cena do "Ensaio sobre a cegueira" de Saramago, onde num certo ponto, as pessoas são vistas como animais de esgoto. Não que eu tenha pensado isso das pessoas que estavam furtando a carga - sim, furto, crime previsto pelo nosso Código Penal.

Mas certamente pensei isso dos policiais sorridentes que enchiam os porta-malas dos dois carros da Polícia Federal Rodoviária de edredons, travesseiros e afins.

domingo, 9 de agosto de 2009

Overture



Eu gostaria de uma entrada triunfal para este blog.

Gostaria de tambores e clarins ecoando dramaticamente a triunfal chegada de mais um desses microrganismos da comunicação universal.

Queria platéia amontoada em todos os espaços disponíveis (ou não) justo para a ocasião.

Adoraria o grandioso abrir de portas e levantar de olhos das princesas imaculadas em sua apresentação para a corte.

Queria algo miraculoso, tal qual a primeira aparição da Rosa para o Pequeno Príncipe:

"Ah! Eu acabo de despertar... Desculpa... Estou ainda toda despenteada..."

E seu incontido encantamento:

"Como és bonita!"


Porém, e talvez felizmente, esse não é o meu primeiro blog. E assim como a Rosa sabe de sua falsa modéstia, eu sei das minhas más intenções rumo ao processo de conquista do leitor... Não conto com os soberanos e sedutores levantar de olhos das princesas. Nem com os clarins. Não tenho nenhum fundo musical na verdade. Só a silenciosa abertura imaginária soando em minha cabeça... e nada como o som do silêncio.


Por isso trata-se agora de compartilhar pensamentos e idéias, experiências e aventuras, sucessos e desacertos, que (espero) tenham mais utilidade ao outro do que a minha própria egolatria.


E deixemos assim a abertura, esse silencioso mas imprescindível, capítulo em branco.